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Caso Gabriel Lincoln: MPAL ouve familiares e advogado da família do adolescente morto

O Ministério Público de Alagoas (MPAL) solicitou, por meio da 6ª Promotoria de Justiça de Palmeira dos Índios, informações ao Comando do 10ª Batalhão de Polícia Militar, quanto ao histórico da guarnição envolvida na morte do adolescente Gabriel Lincoln Pereira da Silva, morto durante ação policial no dia 3 de maio de 2025, neste município…

O Ministério Público de Alagoas (MPAL) solicitou, por meio da 6ª Promotoria de Justiça de Palmeira dos Índios, informações ao Comando do 10ª Batalhão de Polícia Militar, quanto ao histórico da guarnição envolvida na morte do adolescente Gabriel Lincoln Pereira da Silva, morto durante ação policial no dia 3 de maio de 2025, neste município do Agreste de Alagoas.

A informação foi repassada pelo próprio órgão público, após encontro com o pais e o advogado da família do jovem, Gilmar Menino, ocorrido nessa terça-feira (13). No encontro estava presente também o promotor de Justiça da promotoria de Justiça Criminal, João de Sá Bomfim Filho.

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O promotor de Justiça Márcio Dória, do Controle Externo da Atividade Policial, informa que o procedimento visa saber de possíveis partes em desfavor da referida guarnição por outros atos, se há algum Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado para que, dessa forma, possa tomar, também, as medidas adequadas.

Ascom MPAL

Encontro entre representantes do MPAL e familiares de Gabriel Lincoln, morto em intervenção policial

Atuação do MPAL

Conforme declarou o promotor de Justiça João de Sá Bomfim Filho, que atua em casos de homicídios e perante o tribunal do júri, assim que tomou conhecimento do ocorrido manteve contato com o delegado regional para saber sobre as diligências e até o momento mantêm contato diário, visto que o inquérito ainda não foi concluído.

“Recebemos hoje os pais do Gabriel Lincoln, acompanhados do advogado da família, foi prestada toda solidariedade, além de nos colocarmos à disposição. No entanto, o Ministério Público não tem como se antecipar aos trabalhos da Polícia Civil. Estamos acompanhando e colaborando com os trabalhos da Polícia Civil e nos comprometemos a adotar as medidas necessárias após o recebimento do inquérito. Se tiver de responsabilizar quem quer que seja, será feito. Deixei bem claro que acredito na seriedade dos Delegados atuantes no caso, os quais têm demonstrado competência e posturas sensatas no que desempenham na região”, afirma o promotor.

Ele informou ainda que algumas diligências, consideradas fundamentais, estão em curso a exemplo da análise de imagens captadas pelas câmeras espalhadas na cidade e nos estabelecimentos comerciais, além de exames residuográficas e balísticos nas armas dos policiais militares e também perícia veicular feitos, oficialmente, pela Polícia Científica.

Veja também: Caso Gabriel Lincoln: Família pede reprodução simulada para esclarecer morte

Márcio Dória enfatizou que o Ministério Público está vigilante em relação ao caso, acompanhando as diligências realizadas, desde o dia fatídico.

“Durante a reunião foram esclarecidos os próximos passos, também os encaminhamentos que o Ministério Público já fez, falamos das solicitações, reuniões que já foram efetivadas com a equipe de policiais e de delegados designada, além do avançado andamento do procedimento de investigação policial. A promotoria informou que está envolvida para saber de possíveis partes em desfavor da guarnição por outros atos, se há algum procedimento interno,
bem como se colocou à disposição dos familiares para as informações que desejarem sobre os próximos passos a serem determinados, quando da conclusão do inquérito policial”, declara o promotor.

Sobre o caso

Na noite do sábado, 3 de maio de 2025, o adolescente de 16 anos, identificado como Gabriel Lincoln Pereira da Silva, faleceu após uma perseguição policial em Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas.

De acordo com as primeiras informações, Gabriel teria sido visto realizando manobras perigosas com uma motocicleta na avenida Bráulio Montenegro. Ao notar a aproximação de uma guarnição do Pelotão de Operações Especiais (Pelopes), ele teria desobedecido às ordens de parada, iniciando uma fuga pelas ruas da cidade.

A versão da polícia afirma ainda que, durante a perseguição, o adolescente sacou um revólver calibre .38 e disparou contra a viatura. Em resposta, os agentes efetuaram disparos, resultando em Gabriel sendo atingido. Ele foi imediatamente socorrido pelos próprios policiais e levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, mas não sobreviveu aos ferimentos.

Ainda segundo os militares, uma arma teria sido apreendida no local da ocorrência. O laudo da necropsia aponta que o adolescente foi atingido um único disparo pelas costas, que perfurou o pulmão e o coração.

A família do jovem contesta a explicação apresentada pela Polícia Militar desde o início. Eles alegam que  foram impedidos de acompanhar o atendimento médico e de obter informações sobre o estado de saúde do menor.

Leia também: Investigação sobre morte de Gabriel Lincoln busca esclarecer pontos cruciais; saiba o que ainda está em aberto

Ainda segundo eles, o jovem estava trabalhando com os pais no quiosque de lanches e saiu para comprar alface quando o desfecho triste aconteceu.

A Polícia Civil iniciou as investigações do caso oficialmente na segunda-feira seguinte (5), mesmo dia em que o corpo do menor foi velado na casa da avó e enterrado sob grande comoção.

Em determinado momento, os rituais fúnebres precisaram ser interrompidos por alguns minutos para realização de perícia por parte de integrantes da Polícia Científica de Alagoas. O local foi esvaziado para que os peritos realizassem exames técnicos, incluindo o residuográfico, uma vez que a Polícia Militar alega que o adolescente atirou contra a guarnição durante uma perseguição.

O procedimento foi considerado anormal por familiares, sobretudo, porque o pai do adolescente já havia relatado que este mesmo exame foi negado pelo Instituto Médico Legal de Arapiraca, mesmo após pedido do advogado da família, sob a alegação de que o corpo já havia sido limpo.

Leia mais: Sepultamento de adolescente morto pela PM é marcado por pedidos de Justiça

A investigação está sendo conduzida por uma comissão de delegados, que já iniciou as oitivas com testemunhas, familiares e moradores da região. Os depoimentos dos policiais – que estão desempenhando atividades adminsitrativas como medida preventiva – só serão colhidos após a coleta de outras provas.

Fazem parte dela os delegados Alexandre Leite, da Diretoria de Polícia Judiciária 3 (DPJ3), Sidney Tenório, diretor da DPJ1, e João Paulo Tenório, coordenador da DH da 5ª Região.

Imagens de câmeras têm surgido e auxiliado nas investigações.

Veja mais: Novo vídeo mostra momento da perseguição policial que resultou na morte de adolescente



Fonte: Alagoas 24 Horas

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