O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, defendeu neste domingo (30) a prisão de 1,5% da população do país como contrapartida pela redução da violência causada por gangues.
Mais de 100 mil salvadorenhos estão atualmente encarcerados, o que faz de El Salvador o país com a maior taxa de encarceramento do mundo, segundo organizações de direitos humanos. A medida faz parte da “guerra” declarada por Bukele contra as pandilhas em março de 2022.
“As pessoas reclamam que tivemos que prender 1,5% da nossa população”, escreveu Bukele na rede social X, ao lado de uma imagem do vilão Thanos, do universo Marvel, com a frase: “reduzimos o crime em 98%”.
“Aliás, mais da metade deles [os presos] está em reabilitação e será libertada dentro de alguns anos”, afirmou o presidente.
De acordo com a Human Rights Watch (HRW), cerca de 108 mil pessoas estão presas em El Salvador, um “alarmante 1,7% da população”. Já o diretor da ONG salvadorenha Cristosal, Noah Bullock, disse à AFP recentemente que o número gira entre 110 mil e 120 mil.
Principal medida de sua ofensiva contra as gangues, Bukele decretou um regime de exceção que permite prisões sem mandado judicial. Desde então, cerca de 87 mil pessoas foram detidas por supostamente integrarem ou colaborarem com as quadrilhas, segundo dados do governo.
Dessas, cerca de 8 mil foram libertadas por serem inocentes, segundo Bukele. Já grupos de direitos humanos afirmam que muitos desses libertados ainda respondem a processos e denunciam que milhares de inocentes seguem presos, além de relatos de torturas e mortes nas prisões.
Bukele alega que as gangues mataram cerca de 200 mil pessoas nas últimas três décadas. Segundo ele, sua política de segurança reduziu a taxa de homicídios de 106 por 100 mil habitantes, em 2015, para 1,9 em 2024.
