Na iminência de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal, pela acusação de ter tramado um golpe de estado para impedir a posse de Lula (PT), em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um dos indiciados em inquérito da Polícia Federal que apurou uma estrutura clandestina de espionagem contra adversários políticos ainda em seu governo.
Dentre as figuras apontadas pela PF como vítimas de Bolsonaro – e também seu filho Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) – estão personagens conhecidas, inclusive o senador Renan Calheiros (MDB/AL), que sempre esteve em lado oposto ao do ex-presidente.
São citados também como vítimas os políticos Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (AP), Alessandro Vieira (MDB-SE) e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia e os ministros do STF Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Luiz Fux.
O surpreendente nessa investigação da Polícia Federal é o deputado federal alagoano Arthur Lira (PP) ser incluído como vítima da chamada “ABIN paralela” de Bolsonaro, já que ele quando presidente da Câmara foi um aliado fiel do ex-presidente e, na campanha contra Lula, em 2022, um dos seus principais apoiadores.
Mas na política, como na vida, tudo é possível, inclusive situações surpreendentes de confronto entre irmãos, primos, pai e filho, marido e mulher…
Esse episódio é apenas mais um a reforçar essa possibilidade.
A Polícia Federal indiciou nesta terça-feira (17) o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu filho Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) por organização criminosa, interceptação ilegal de comunicações e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. O inquérito revela que uma estrutura clandestina de espionagem operou no governo Bolsonaro, monitorando ilegalmente autoridades dos três Poderes, incluindo os alagoanos Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, e o senador Renan Calheiros (MDB).
O relatório final da Polícia Federal foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Última Milha. Segundo a investigação, o esquema utilizava recursos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar ilegalmente autoridades, servidores públicos, políticos e jornalistas, sem qualquer respaldo legal.
Além de Lira e Renan, foram alvos da espionagem ministros do STF como Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Luiz Fux, além de parlamentares como Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (AP), Alessandro Vieira (MDB-SE) e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia.