Ataques aéreos e bombardeios atribuídos a Israel mataram pelo menos 35 palestinos na Faixa de Gaza neste sábado (14), de acordo com autoridades locais de saúde. A maior parte das vítimas estava próxima a um ponto de distribuição de ajuda operado pela FHG (Fundação Humanitária de Gaza), apoiada pelos Estados Unidos.
Médicos dos hospitais Al-Awda e Al-Aqsa, nas áreas centrais de Gaza, para onde a maioria das vítimas foi levada, disseram que pelo menos 15 pessoas foram mortas enquanto tentavam se aproximar do local de distribuição de ajuda da FHG, perto do corredor de Netzarim.
As demais vítimas foram mortas em ataques separados, de acordo com os médicos. Não houve comentário imediato de Tel Aviv ou da FHG sobre os incidentes deste sábado.
A FHG iniciou a distribuição de pacotes de alimentos em Gaza no final de maio, implementando um novo modelo de ajuda que, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), não é nem imparcial nem neutro.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo terrorista Hamas, informou em comunicado neste sábado que pelo menos 274 pessoas foram mortas e mais de 2.000 ficaram feridas nas proximidades de pontos de distribuição de ajuda desde o início das operações da FHG em Gaza.
O Hamas, que nega as acusações israelenses de que rouba ajuda, acusou Israel de “usar a fome como arma de guerra e transformar os pontos de distribuição de ajuda em armadilhas para mortes em massa de civis inocentes.”
Mais tarde, neste sábado, autoridades de saúde do Hospital Shifa em Gaza informaram que o fogo israelense matou pelo menos 12 palestinos, que aguardavam os caminhões de ajuda ao longo da estrada costeira, no norte da Faixa de Gaza, elevando o total de mortos para pelo menos 35.
O Exército israelense ordenou que os residentes de Khan Yunis e das cidades vizinhas de Abassan e Bani Suhaila, no sul da Faixa de Gaza, deixassem suas casas e se dirigissem para o oeste, em direção à chamada zona humanitária, afirmando que tomaria medidas contra “organizações terroristas” na área.
O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha afirmou que a situação humanitária em Gaza é catastrófica. A declaração destaca a gravidade da crise na região, com milhares de pessoas afetadas pelos conflitos em curso, exacerbando as condições de vida e dificultando o acesso a ajuda essencial.
A comunidade internacional tem alertado para a necessidade urgente de uma solução diplomática que possa mitigar os impactos humanitários da guerra.
A guerra em Gaza começou há 20 meses, após militantes liderados pelo Hamas invadirem Israel, tomarem 251 reféns e matarem 1.200 pessoas, a maioria civis, em 7 de outubro de 2023, o dia mais mortal da história de Israel.
Desde o início da campanha militar, Israel matou quase 55 mil palestinos, a maioria civis, segundo as autoridades de saúde de Gaza. A ofensiva devastou grande parte da faixa densamente populada, que abriga mais de dois milhões de pessoas. A maior parte da população está deslocada, e a desnutrição se espalha de forma generalizada.
Apesar dos esforços dos Estados Unidos, Egito e Qatar para restaurar um cessar-fogo em Gaza, nem Israel nem o Hamas demonstraram disposição para recuar em suas demandas centrais, com cada lado culpando o outro pela falha em alcançar um acordo.