spot_img
HomeMundoAtaque em Munique: Mãe e filha de 2 anos morrem - 15/02/2025...

Ataque em Munique: Mãe e filha de 2 anos morrem – 15/02/2025 – Mundo

Uma mulher de 37 anos e sua filha de 2 anos morreram neste sábado (15), dois dias depois de serem atropeladas por um homem que jogou seu carro contra uma multidão em uma rua movimentada de Munique.

A informação foi divulgada pela polícia alemã. Elas são as primeiras vítimas do acidente a virem a óbito.

A polícia prendeu o motorista e o identificou como um afegão de 24 anos —seu nome não foi divulgado.

Na sexta-feira (14), as autoridades tinham afirmado que ao menos 39 pessoas haviam ficado feridas na ação, algumas em estado grave. O carro avançou sobre ativistas sindicais que protestavam por salários mais altos.

O governo trata o episódio como um ataque motivado por ações religiosas.

O incidente ocorreu às vésperas das eleições na Alemanha, marcadas para 23 de fevereiro, e horas antes da chegada de líderes internacionais à cidade do sul da Alemanha para um evento que ela realiza anualmente, a Conferência de Segurança de Munique.

O primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, no local para participar da conferência, visitou o local do acidente neste sábado. À revista Focus, o líder disse que o suspeito do ataque não pode esperar indulgência. “Ele deve ser punido e deixar o país.”

Também no sábado, no país vizinho, a Áustria, um homem sírio de 23 anos esfaqueou várias pessoas em uma rua no centro de uma cidade do sul do território, Villach.

Um menino de 14 anos morreu e outras 4 pessoas com idades de 14 a 32 anos ficaram feridas, 2 delas em estado grave, segundo informações da polícia. O suspeito foi preso.

De acordo com a revista Spiegel, o suspeito nasceu em Cabul, capital do Afeganistão, em 2001, e foi para a Alemanha em 2016. A publicação afirma ainda que ele teria divulgado mensagens islâmicas antes de agir.

Inicialmente, as autoridades germânicas haviam afirmado que o homem tivera sua solicitação de asilo negada e que havia uma ordem contra ele para que deixasse o país. Disseram ainda que ele tinha sido fichado por porte de drogas e furto.

Mas Joachim Herrmann, ministro do Interior da Baviera, estado a que Munique pertence, desmentiu mais tarde as afirmações: na verdade, o afegão não tinha antecedentes criminais e estava no país legalmente.

O ataque ocorreu na quinta-feira (13). Segundo a polícia, por volta das 10h30 locais (6h30 no Brasil) da quinta-feira, o suspeito, a bordo de um Mini Cooper, se aproximou de uma marcha convocada pelo sindicato Verdi antes de ultrapassar a viatura que protegia o ato e avançar em direção aos manifestantes, causando pânico.

O episódio ocorreu na confluência da Dachauer Strasse com a Seidl Strasse, duas ruas importantes da cidade. O local fica a cerca de 1,3 km do hotel que recebe a Conferência de Segurança de Munique, que é um mais importantes eventos de segurança e diplomacia do mundo.

Apesar dessa proximidade, o ministro do Interior da Baviera disse não suspeitar que a conferência tenha sido o motivo do possível ataque. De qualquer forma, o suposto atentado pôs a segurança do país novamente no centro do debate a dez dias das eleições gerais, que determinarão quem será o novo premiê.

Que o ataque tenha ocorrido não apenas em um momento em que a cidade já está em alerta máximo, mas também no reduto político do partido CSU, sigla-irmã da CDU do favorito Friedrich Merz, complica a estratégia eleitoral desse grupo de centro-direita de se vender como os únicos do campo democrático capazes de utilizar toda a força do aparato de segurança contra imigrantes.

Com efeito, o partido de extrema direita AfD (Alternativa para a Alemanha) pediu a renúncia do governador da Baviera, nome forte da CSU e uma das principais vozes do partido que pedem um endurecimento da política migratória. Em segundo lugar nas pesquisas, a sigla conservadora tenta explorar a série de ataques recentes na Alemanha para conseguir sucesso eleitoral.

A discussão migratória já tinha ganhado novos contornos no final de janeiro, quando um afegão de 28 anos usou uma faca de cozinha para atacar pessoas em um parque público, incluindo um grupo de crianças, em Aschaffenburg, na Baviera. Um menino de 2 anos e um homem de 41 não resistiram aos ataques, e outras três pessoas ficaram feridas.

O episódio se soma a outros da mesma natureza na Alemanha nos últimos anos. Em dezembro do ano passado, por exemplo, um médico natural da Arábia Saudita invadiu com o carro um mercado de Natal em Magdeburgo, localizada a cerca de 130 km de Berlim, matando ao menos cinco pessoas e ferindo dezenas.

Antes disso, em agosto, um refugiado sírio esfaqueou diversas pessoas durante o festival de 650 anos da cidade de Solingen, no estado da Renânia do Norte-Vestfália, no oeste da Alemanha. No total, 3 pessoas morreram e 8 ficaram feridas.

Assim, a campanha eleitoral vem sendo marcada pela forte polarização sobre questões migratórias que pressionam Scholz, o social-democrata que, em dezembro, pediu um voto de confiança como uma estratégia para antecipar as eleições no país europeu após ver sua coalizão colapsar.

Fonte: Folha de São Paulo

RELATED ARTICLES

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

- Advertisment -spot_img

Outras Notícias