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Ataque de Israel a café em Gaza mata dezenas – 01/07/2025 – Mundo

Uma cafeteria que havia resistido a 20 meses de bombardeios na Faixa de Gaza não é mais uma alternativa para aqueles que querem tentar se afastar da realidade do conflito no devastado território palestino. Nesta segunda (30), um ataque de Israel ao Al-Baqa matou 24 pessoas e feriu dezenas, segundo a Defesa Civil local.

De acordo com testemunhas ouvidas pela agência de notícias AFP e pelo jornal britânico The Guardian, o estabelecimento à beira-mar da Cidade de Gaza estava lotado no começo da tarde quando foi atingido por um míssil.

“Sempre há muita gente neste lugar, que oferece bebidas, espaços para as famílias e acesso à internet”, afirmou à AFP Ahmed al Nayrab, 26. Ele estava em uma praia ali perto quando ouviu a explosão. “Foi um massacre”, acrescentou. “Vi pedaços de corpos voando por toda parte, corpos desmembrados e queimados. A cena era congelante. Todos estavam gritando.”

As vítimas incluem crianças, idosos e mulheres, segundo as testemunhas, além do fotojornalista palestino Ismail Abu Hatab e fa artista Frans al-Salmi, que haviam feito uma exposição internacional recentemente.

Abu al-Nour, 60, disse ao Guardian que estava voltando à cafeteria após um almoço quando viu o míssil atingir o local.

“Estilhaços voaram para todos os lados, e o lugar se encheu de fumaça e cheiro de pólvora. Eu não conseguia ver nada. Corri em direção ao café e o encontrei destruído. Entrei e vi corpos no chão. Todos os funcionários do café foram mortos”, contou ele ao veículo britânico. “Havia uma família lá com seus filhos pequenos —por que eles foram escolhidos? Era um lugar onde as pessoas vinham em busca de alívio das pressões da vida.”

Também estava ali a jornalista Bayan Abu Sultan, que ficou ferida. De acordo com a Federação Internacional de Jornalistas, o local era frequentado por profissionais de comunicação por ter internet, um recurso de difícil acesso em Gaza atualmente.

Segundo a organização, pelo menos 171 jornalistas e profissionais de mídia palestinos foram mortos na guerra até agora —um número que não contabiliza os desaparecidos durante o conflito. Já o Sindicato dos Jornalistas Palestinos afirma que a cifra é de mais de 220 jornalistas.

Fotos mostram poças de sangue e uma cratera profunda no local.

Após a comoção em torno do caso, o Exército israelense afirmou, nesta terça-feira (1º), que está examinando o bombardeio que, segundo Tel Aviv, visava “vários terroristas do Hamas“, o grupo terrorista que atacou o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, matando 1.200 pessoas, a maioria civis, e desencadeando a guerra. Um porta-voz militar disse à AFP que, antes do ataque, foram tomadas medidas para reduzir os riscos de danos a civis.

Devido às restrições de acesso à Faixa de Gaza que Israel impõe à imprensa internacional, não é possível verificar de forma independente as versões.

Ao todo, ataques israelenses mataram pelo menos 60 pessoas em toda Gaza nesta segunda, de acordo com autoridades do território, controlado pelo Hamas. Desde outubro de 2023, mais de 56 mil palestinos, a maioria deles civis, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, deslocou quase toda a população de 2,3 milhões e mergulhou o enclave em uma crise humanitária sem precedentes. Segundo a ONU, mais de 80% do território agora é uma zona militarizada israelense ou está sob ordens de deslocamento.

Fonte: Folha de São Paulo

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