Sob a sensação térmica de -11ºC, centenas de apoiadores de Donald Trump já lutam na manhã desta segunda (20) por um espaço no ginásio Capital One Arena. É onde o republicano deve discursar por volta das 15h locais (17h em Brasília) depois de tomar posse como presidente dos Estados Unidos.
Vendedores de suvenir tentam aproveitar o frio extremo para lucrar. Uma touca custa cerca de US$ 5, o equivalente a R$ 30. Quem não trouxe a sua vai ter que comprar para aguentar horas de fila ao ar livre. Também vendem aquecedores para as mãos —igualmente necessários nesta segunda.
Há também a questão da segurança. Será um desafio para a cidade e os serviços secretos controlar as multidões na região central, onde fica a arena, em meio a prédios residenciais, hotéis, restaurantes e bares no entorno.
Costuma fazer frio em toda posse, é claro, já que sempre é realizada no inverno. Mas esse é um problema relativamente recente. Até os anos 1930, as investiduras ocorriam em geral no dia 4 de março —ainda frio, mas mais agradável.
A massa de ar polar que está sobre Washington complicou os planos de quem queria acompanhar de perto a posse. A equipe do republicano tinha distribuído 220 mil ingressos para as áreas externas diante do Capitólio —só que foi forçada a transferir o evento para dentro do Capital One, que tem capacidade para 20 mil pessoas.
Isso não é apenas um contratempo. Trump queria encher os gramados de apoiadores para responder a quem disse que sua primeira posse, em 2017, estava vazia. Terá de lidar, agora, com imagens de menos impacto.
Vale lembrar, também, que doadores tinham desembolsado bastante dinheiro para acompanhar a posse ao vivo. Simpatizantes tinham tomado aviões e ônibus, reservado hotéis. Seus ingressos perderam o valor.