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África do Sul: Sigla de Mandela tem acordo para coalizão – 13/06/2024 – Mundo

Líderes do CNA (Congresso Nacional Africano), partido histórico de Nelson Mandela e que em eleição no mês passado registrou o seu pior resultado desde o fim do apartheid, disseram nesta quinta-feira (13) que chegaram a um acordo com várias legendas para formar uma coalizão de governo.

“Conseguimos um grande avanço no acordo sobre a necessidade de trabalharmos juntos”, disse o secretário-geral do CNA, Fikile Mbalula, sem revelar os nomes dos partidos com quem teria feito alianças. Segundo interlocutores, a coalizão incluiria a AD (Aliança Democrática), de centro-direita, e várias outras siglas menores.

Depois de 30 anos governando a África do Sul sem precisar de uma coalizão no Parlamento, o CNA sofreu um revés histórico no pleito do mês passado que deixou o país num estado de incerteza política nunca visto na era democrática.

O CNA perdeu 71 assentos no Legislativo, caindo de 230 para 159 e ficando abaixo dos 200 parlamentares necessários para obter a maioria na Casa. A AD, liderado por John Steenhuisen, ficou com a segunda maior bancada, com 87 representantes, enquanto o partido MK (Lança da Nação), liderado pelo ex-presidente Jacob Zuma, tem 58.

A AD não havia confirmado, até a noite desta quinta, a formação de uma coalizão com o partido governista. Analistas mencionados pela agência de notícias Reuters afirmaram que, se confirmado, um governo envolvendo a sigla de centro-direita seria bem recebido pelas grandes empresas e pelos mercados financeiros, que aprovam as políticas de livre comércio defendidas pela legenda.

Empresários pressionam o governo a entrar em uma coalizão apenas com a AD, cujo líder fez campanha reforçando a ideia de meritocracia e eficiência e a favor de privatizações e da desregulamentação da economia. Entretanto, aliados históricos do CNA, como o Partido Comunista da África do Sul e a principal central sindical do país, já se disseram contra essa aliança. “Somos contrários a uma coalizão com as forças neoliberais, direitistas, e anti-CNA da Aliança Democrática”, afirmaram os comunistas.

Ao mesmo tempo a possível aliança desagrada parte dos apoiadores do CNA, que veem a AD como um partido defensor dos interesses da minoria branca privilegiada –tema debatido com frequência no país que lida com o legado do apartheid.

O novo Parlamento deverá se reunir nesta sexta-feira (14), na Cidade do Cabo, para eleger o presidente, o vice-presidente e o líder da Casa. Espera-se que Cyril Ramaphosa ganhe um novo mandato na Presidência, mas a composição do novo governo permanece incerta.

Líderes do CNA defenderam na semana passada a formação de um governo com base ampla. Para isso, manifestaram disposição para dialogar com partidos de polos opostos, do AD, pró-mercado, ao CLE (Combatentes pela Liberdade Econômica), de esquerda, cujas propostas incluem expropriação de terras sem indenização e estatização do setor de mineração.

Fonte: Folha de São Paulo

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