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Trump acusado de receber US$ 8 mi de governos estrangeiros – 04/01/2024 – Mundo

Donald Trump recebeu ao menos US$ 7,8 milhões de ao menos 20 governos estrangeiros durante sua presidência, acusa um relatório divulgado nesta quinta-feira (4) por democratas da Câmara. A maior parte desse montante, cerca de US$ 5,6 milhões, teria vindo da China.

Há suspeita de que houve pagamentos feitos também pelo Brasil, mas não foram fornecidos documentos que permitissem a investigação, de acordo com o parecer. Problema semelhante aconteceu com valores repassados por Rússia, Coreia do Sul e África do Sul.

Os pagamentos identificados foram feitos diretamente por governos ou empresas estatais a negócios comandados pelo ex-presidente, como os hotéis Trump em Washington, Nova York e Las Vegas, de acordo com o relatório intitulado “Casa Branca à Venda”.

A investigação sobre a relação dos negócios de Trump com governos estrangeiros foi iniciada em 2016 pelo Comitê de Supervisão da Câmara, então comandado pelos democratas, pouco após o empresário ser eleito.

Quebrando a tradição, o empresário se negou a cortar laços com seus negócios —que se estendiam, na época, para mais de 25 países— antes de tomar posse.

“Em breve ficaria claro que ele via a Presidência como uma oportunidade única na vida para enriquecimento pessoal e maximização de lucro, cortesia de alguns dos governos mais corruptos do mundo”, acusa o deputado Jamie Raskin, que assina o relatório de 156 páginas, produzido pelo quadro democrata do Comitê.

Segundo Raskin, a investigação foi dificultada por anos pelos advogados de Trump, que tentaram evitar que a então empresa de contabilidade do empresário, chamada Mazars, fornecesse os documentos. A batalha chegou à Suprema Corte, que determinou que o ex-presidente deveria cumprir as intimações do Comitê.

Mais tarde, um acordo foi fechado entre as partes, mas com a troca de comando do Comitê dos democratas para os republicanos, a Mazars foi liberada de concluir a entrega do material que possui, segundo Raskin. Por isso, a conclusão divulgada nesta quinta é limitada, resultado apenas da pequena fração do material à qual os deputados tiveram acesso.

Além da China, aparecem na lista de governos estrangeiros que fizeram pagamentos aos negócios de Trump Arábia Saudita, Qatar, Kuwait e Índia. Os democratas argumentam que esses negócios violam a proibição constitucional de que presidentes recebam dinheiro de outros países.

























País Valor, em US$
China 5.572.548,00
Arábia Saudita 615.422,00
Qatar 465.744,00
Kuwait 303.372,00
Índia 282.764,00
Malásia 248.962,00
Afeganistão 154.750,00
Filipinas 74.810,00
Emirados Árabes Unidos 65.225,00
República Democrática do Congo 25.171,00
Cazaquistão 23.772,00
Tailândia 11.340,00
Autodeclarada República Turca de Chipre do Norte 8.800,00
Mongólia 8.486,00
Líbano 7.720,00
Albânia 6.002,00
Kosovo 4.950,00
Letônia 2.739,00
Turquia 1.894,00
Hungria 1.011,00
Chipre 590,00

A divulgação do relatório acontece em meio à tentativa de republicanos da Câmara de avançarem com um processo de impeachment contra o presidente Joe Biden. A oposição sustenta que o democrata se beneficiou de negócios feitos pelo seu filho, Hunter, com empresas estrangeiras, durante o período em que foi vice de Barack Obama.

Até agora, no entanto, o Comitê da Câmara que conduz essa investigação não encontrou nenhuma prova do envolvimento de Biden com as empresas do filho.

Neste ano, Trump e Biden devem se enfrentar novamente na disputa pela Casa Branca. Até o momento, pesquisas de intenção de voto mostram os pré-candidatos ora empatados, ora com o empresário à frente, indicando uma corrida disputada na unha.

O cenário fica ainda mais complicado com os processos criminais contra Trump, todos em tramitação, e a decisão de ao menos dois estados de retirá-lo das primárias, alegando que o ex-presidente incorreu em insurreição. O republicano já recorreu à Suprema Corte, colocando para os juízes o maior imbróglio político desde a eleição de George W. Bush em 2000.

Fonte: Folha de São Paulo

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