Com uma das taxas de natalidade mais baixas da União Europeia, Portugal pode acabar 2023 com um ligeiro aumento no número de nascimentos, em comparação com o ano anterior.
O resultado, ainda preliminar, é feito com base na quantidade de “testes do pezinho” —exame para diagnóstico de doenças em recém-nascidos — realizados no país.
Foram feitos, até novembro, 79.078 exames desse tipo, enquanto, no mesmo período de 2022, haviam sido 76.692. O resultado representa um aumento de cerca de 3,1% no número de testes.
Os dados foram revelados pelo jornal Público.
Ainda que o resultado não possa ser considerado equivalente ao número de crianças nascidas no país, as cifras habitualmente são muito próximas, uma vez que o rastreio costuma ser feito de forma generalizada nos bebês recém-nascidos no país.
As duas maiores cidades portuguesa, Lisboa e Porto, lideraram também nos nascimentos, com, respectivamente, 23.805 e 14.206 testes do pezinho realizados.
Com uma população envelhecida e baixa natalidade, o aumento, ainda que pequeno, é considerado uma boa notícia para o país, que tem cerca de 10,3 milhões de habitantes.
Há mais de uma década, o número de mortes supera o de nascimentos em Portugal. A nação enfrenta ainda o desafio de ver muitos jovens emigrarem, sobretudo para outros destinos europeus, em busca de salários mais atraentes.
Nesse cenário, o país tem dependido cada vez mais da imigração para manter seu equilíbrio demográfico. Os imigrantes tornaram-se também essenciais em diversas atividades econômicas, principalmente no setor de serviços, como hotéis e restaurantes, além da agricultura.
Mais de dois terços dos estrangeiros residentes no país estão em idade ativa, o que contribui também para o equilíbrio do sistema de aposentadorias português. Em 2022, os imigrantes deixaram um saldo positivo de 1,6 bilhão de euros (R$ 8,7 bilhões) para Segurança Social lusa.
Os novos residentes também contribuem cada vez mais para os nascimentos em Portugal. Em 2021, quase 14% dos bebês nascidos no país tinham mãe estrangeira.
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