Por Tiago Minervino / Folhapress
A Polícia Civil de São Paulo encontrou vestígios de sangue no carro do empresário Adalberto Amarílio dos Santos, que foi encontrado morto dentro de um buraco no Autódromo de Interlagos no mês passado.
Além do sangue de Adalberto, a investigação também localizou plasma de outra pessoa dentro do veículo do empresário. O material, porém, não pertence à esposa dele, a farmacêutica Fernanda Dandalo, mas a uma mulher ainda desconhecida. A informação foi confirmada ao UOL pelo delegado Rogério Thomaz, do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).
Investigação não sabe quem é a mulher ou o que ela fazia no veículo do empresário. Também não há indícios de que Adalberto estava acompanhado por alguma mulher no evento automotivo que ele foi prestigiar em Interlagos, no dia 30 de maio, quando foi visto com vida pela última vez.
Polícia diz não haver indícios de que Adalberto tivesse algum caso extraconjugal. As mensagens localizadas no celular dele não mostraram nada de suspeito.
Última pessoa a ver Adalberto vivo é o amigo dele, Rafael Alistre. Ele já prestou depoimentos e disse ter visto o empresário pela última vez por volta das 21h do dia 30. Depois disso, os passos percorridos pela vítima ainda são um mistério para a polícia.
Laudo do IML apontou a presença de sêmen na região íntima do empresário. Entretanto, a polícia afirma que isso não é indicativo de que ele tenha mantido relação sexual antes de morrer. Conforme os investigadores, como a causa provável da morte foi asfixia, é comum que a liberação de secreções como o sêmen, por exemplo.
Área do Autódromo em que ele foi achado morto não tem câmeras de vigilância. Uma das linhas de investigação é que o empresário tenha sido assassinado por seguranças do local. Entretanto, a motivação para o crime é desconhecida. Por enquanto, todas as possibilidades são levadas em consideração pelos investigadores.
MORTE LENTA E AGONIZANTE
Adalberto não morreu de forma instantânea e foi vítima de um assassinato “lento e sofrido”. “[Ele teve] uma morte lenta, agonizante… Ele podia estar tentando respirar”, segundo a diretora do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Ivalda Aleixo.
Polícia investiga o caso como homicídio. Os policiais trabalham com diferentes linhas de investigação, mas maiores detalhes não foram fornecidos porque o caso, considerado complexo, está sob sigilo.
FAMÍLIA PEDE JUSTIÇA
Mais de um mês desde a morte de Adalberto, os familiares pedem por uma resposta da polícia e clamam por justiça. “[Estamos há] um mês sem respostas. A família [está] em desespero e os autores do crime, impunes. Precisamos dos culpados”, disse a esposa dele, Fernanda, em entrevista ao jornal Estadão.
Fernanda afirma que sua vida se tornou “um inferno” desde a morte do marido. “Não temos informações sobre a investigação. Estamos todos péssimos porque o caso não se encerra. Para quem eu vou apelar? Nos sentimos impotentes”.
RELEMBRE O CASO
Empresário havia desaparecido após ir a evento de motos no Autódromo de Interlagos. Pelas redes sociais, familiares de Adalberto e internautas pediam que informações sobre o seu paradeiro fossem enviadas para a companheira dele, a farmacêutica Fernanda Dandalo, por meio de seu perfil no Instagram.
Último contato do empresário com a esposa foi no dia 30 de maio, por volta de 20h. Imagens das câmeras de segurança registraram Adalberto chegando sozinho ao evento do autódromo. Não foram achadas imagens dele saindo do local.
Corpo foi encontrado no buraco de obras da prefeitura na manhã de terça-feira, dia 3 de junho. Desde então, a polícia tenta elucidar o caso.
Adalberto se apresentava nas redes sociais como empreendedor. Ele trabalhava em uma ótica, que possui unidades em Osasco e em Barueri, na Grande São Paulo.