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Adolescente que matou pais e irmão usou fronha para não deixar digitais em arma

O garoto de 14 anos que matou a tiros os pais e o irmão no interior de um dos quartos da casa onde morava, em Itaperuna, no Noroeste Fluminense, no último dia 21 de junho, usou uma fronha de um travesseiro para envolver um revólver calibre 38 no momento em que fez os disparos contra as três vítimas. A informação foi confirmada pela polícia, nesta terça-feira. A atitude do adolescente, segundo a investigação, teria sido tomada para que ele não deixasse as marcas de suas digitais na arma.

Segundo um inquérito da 143ªDP(Itaperuna), presidido pelo delegado Carlos Augusto Guimarães da Silva, o conteúdo de um jogo virtual de terror psicológico — com enredo sobre irmãos que mantinham uma relação incestuosa e matavam os próprios pais, teria influenciado diretamente a ação do adolescente. Ele confessou ter cometido os assassinatos e disse ter planejado o crime com uma namorada virtual, de 15. A participação da garota ficou mais clara após ela ter sido apreendida por decisão da Vara de Infância de Itaperuna, nesta segunda-feira, em Mato Grosso do Sul, onde reside.

— Eles se identificavam com esse jogo, mas não jogavam. Pesquisei que e vi que esse jogo chegou a ser banido na Austrália e voltou reclassificado como 18 mais. Deve ser um jogo bem diabólico, sobre um casal de irmãos que praticavam incesto e matavam os pais, no qual eles se espelhavam — disse o delegado.

O adolescente foi apreendido no último dia 25, logo após os corpos dos pais e do irmão serem encontrados. A arma usada no crime era do próprio pai, que segundo a polícia integrava a classe de Colecionadores, Atiradores Esportivos ou Caçadores (CAC). Já a menina, sua namorada virtual, foi localizada e apreendida em Mato Grosso do Sul. Em depoimento, ela negou envolvimento no crime. No entanto, segundo a polícia, trocas de mensagens entre os dois indicam sua participação ativa nos assassinatos. Ainda conforme as investigações, o casal chegou a cogitar matar também a mãe da garota e a avó do adolescente, mas desistiu da última ideia por temer que uma nova morte na família chamasse muita atenção.

— Infelizmente verificamos, pelo teor das conversas, que realmente tem, sim, participação efetiva dela. Tantos em momento anterior, como durante as execuções e no momento posterior. Isso nos possibilitou colocá-la na cena do crime. Era realmente foi partícipe. Ela o induziu e o instigou a todo o momento.

A análise das conversas, de acordo com o delgado Carlos Augusto, mostra o que ele chamou de “barbaridade”:

— Conseguimos mostrar a premeditação, os atos preparatórios, o planejamento em si e os atos executórios.

O delegado destacou ainda que o casal trocou mensagens sobre como agir para não ser descoberto. Os diálogos também mencionavam o distanciamento entre os dois, e, em um deles, a garota pressiona o adolescente a visitá-la, dizendo que ele deveria “ser homem”. Segundo o policial, a conversa revela uma tentativa de chantagem emocional.

Segundo o delegado, os adolescentes se conheceram há cerca de seis anos e mantinham contato pelas redes sociais — a menina, inclusive, criou um perfil específico para se comunicar com o garoto. No último ano, o relacionamento se intensificou, mas a distância física impedia que se encontrassem pessoalmente. Em mensagens trocadas entre eles, os dois chegaram a discutir como cometeriam os assassinatos, avaliando o uso de arma de fogo ou facas e definindo a possível ordem das mortes.

— Houve também um ultimato, dado pela própria adolescente, acerca do término do relacionamento caso não se encontrassem pessoalmente, reforçando a chantagem. E verificamos conversas sobre como ele obteria dinheiro para que viajasse. Também foram verificadas conversas sobre métodos de matar, se com arma de fogo ou facadas e qual seria a ordem dessas mortes — afirmou Carlos Augusto.

O policial contou que numa das conversas, é falado que o pai deveria ser morto primeiro, caso contrário poderia impedir a execução da mãe e do irmão:

— E, também, conversa sobre como sumiriam com os corpos, sobre cães farejadores da polícia, dobre picar os cadáveres, queimar ou até mesmo dar para porcos comerem, numa demonstração de total menosprezo pela vidas dos familiares do adolescente.

Carlos Augusto disse, ainda, que os adolescentes conversaram sobre esperar algum momento em que o irmão caçula do garoto estivesse distante para que os assassinatos de pai e mãe fossem cometidos.

— Inicialmente a adolescente não queria que matasse o irmão caçula, mas, segundo o relato do próprio adolescente, foi uma decisão que partiu dele no momento em que o crime foi cometido. Vimos também um diálogo sobre como antecipar os assassinatos planejados, visto que o pai do adolescente viajaria. Ele queria antecipar as mortes — relatou.

A viagem do pai, no entanto, foi cancelada. Isso, afirmou o delegado, deixou o adolescente frustrado porque não haveria como roubar o dinheiro que o pai receberia por essa viagem. A polícia acredita que o garoto pretendia vender a carro da família por R$ 60 mil e a casa, por R$ 300 mil.

Fonte: TNH1

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