A Justiça dos Estados Unidos condenou a 20 anos de prisão um proprietário de uma funerária no estado do Colorado acusado de fraude em auxílios econômicos durante a pandemia de Covid-19. Ele admitiu ter escondido cerca de 190 corpos e enviado cinzas falsas para as famílias, segundo a imprensa americana.
A pena determinada pela juíza Nina Wang foi superior aos 15 anos de prisão pedidos pelos promotores e aos 10 anos solicitados pela defesa. Jon Hallford, proprietário da funerária Return to Nature, também terá de restituir o governo americano em US$ 1,07 milhão (R$ 5,85 milhões).
O proprietário da funerária e a esposa, Carie Hallford, foram acusados de fraudes em pedidos de assistência financeira emergencial para empresas durante a pandemia, em um valor de quase US$ 900 mil (R$ 4,9 milhões). Segundo a promotoria, o casal desviou recursos de empréstimos fraudulentos para comprar carros de luxo, investir US$ 31 mil em criptomoedas e adquirir joias da Tiffany.
Em agosto, Hallford enfrentará novo julgamento em um tribunal estadual. Ele se declarou culpado das 191 acusações de abuso de cadáveres.
Jon e sua esposa, Carie Hallford, também são acusados pela Justiça estadual pelos crimes de profanação de cadáver, lavagem de dinheiro, roubo e falsificação. Os julgamentos de Carie, tanto na esfera federal quanto na estadual, devem ocorrer em setembro.
O casal supostamente vendia serviços de cremação, mas uma investigação revelou que os corpos eram armazenados sem refrigeração em um local na cidade de Penrose, a 160 km da capital Denver, e que as famílias recebiam pó de concreto seco no lugar das cinzas. Além disso, houve registro de dois corpos enterrados por engano.
Segundo o estado, o casal recebeu mais de US$ 130 mil (R$ 711 mil) para serviços funerários que nunca foram prestados.
O caso veio à tona em 2023, após uma denúncia de vizinhos que reclamavam do mau cheiro vindo do local. De acordo com documentos judiciais, os corpos eram armazenados “em salas infestadas por insetos e pela decomposição líquida de outros cadáveres”.
Com informações da Reuters