O delegado suspeito de fraude processual na investigação que apura a morte do articulador político Kleber Malaquias, em Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, voltou a ser denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPAL), que agora o coloca como suspeito de peculato e uso indevido de verbas públicas.
A companheira do delegado, uma agente de Polícia Civil, também foi denunciada e afastada da função. Segundo as investigações, mesmo estando formalmente afastado de suas funções por decisão judicial, o delegado continuava usando um veículo oficial, uma Toyota Hilux da corporação, para fins pessoais, como viagens particulares. Os gastos com combustível também teriam sido pagos com recursos do Estado.
“Os alvos são acusados da prática dos crimes de peculato por apropriação e desvio de recursos públicos, além de fraude no uso de verbas indenizatórias. De acordo com a investigação conduzida pelo MPAL, o delegado, mesmo formalmente afastado de suas funções por decisão judicial, em decorrência de atos de improbidade perpetrados na antevéspera do júri pelo assassinato do ativista político Kléber Malaquias, continuava utilizando veículo oficial da corporação – uma caminhonete Toyota Hilux – para fins exclusivamente particulares, com abastecimentos custeados pelo Estado”, detalhou o MPAL.”
A ação foi autorizada pela 10ª Vara Criminal da Capital após o recebimento de uma denúncia, de acordo com o MPAL.
“A denúncia também aponta que o delegado teria recebido valores em diárias para deslocamentos que não foram efetivamente realizados, em momento anterior ao afastamento. A partir de quebras de sigilo e do cruzamento de dados de geolocalização, constatou-se que o servidor se encontrava em locais distintos dos destinos declarados, configurando desvio de recursos públicos”, acrescentou o MPAL.
Uma agente de polícia, que é companheira do delegado, também é investigada. Ela teria contribuído com o esquema, assumindo o abastecimento da viatura no mesmo dia em que o delegado foi afastado e utilizando o veículo para deslocamentos particulares, incluindo viagens entre Alagoas e Pernambuco, onde ela reside.
“Além de buscas, a Justiça deferiu o afastamento cautelar de ambos os servidores de suas funções públicas, como medida preventiva para evitar a reiteração delitiva e resguardar a integridade das investigações em curso”, complementou o Ministério Público.
O TNH1 entrou em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Civil para saber se a instituição vai se pronunciar. Caso haja resposta, o espaço segue em aberto.