O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos disse nesta segunda-feira (19) que estava retirando US$ 60 milhões em subsídios federais para a Universidade Harvard, afirmando que a instituição da Ivy League —a elite acadêmica dos EUA— não conseguiu lidar com o assédio antissemita e a discriminação étnica no campus.
O governo de Donald Trump congelou ou encerrou os subsídios e contratos federais para a universidade no valor de quase US$ 3 bilhões nas últimas semanas.
Desde que assumiu o cargo em janeiro, o presidente republicano tem procurado usar o financiamento federal de pesquisa para reformular o meio acadêmico dos EUA, que, segundo ele, foi dominado por ideologias antiamericanas, marxistas e de “esquerda radical”.
O governo acusou Harvard de continuar a considerar a etnia ao analisar as inscrições dos alunos e de permitir a discriminação contra judeus como resultado do movimento de protesto estudantil pró-palestino nos campi americanos no ano passado. A Universidade Columbia, em Nova York, também foi alvo de acusações de antissemitismo.
“Devido ao fracasso contínuo da Universidade Harvard em lidar com o assédio antissemita e a discriminação racial, o HHS está encerrando vários prêmios de subsídios plurianuais … durante toda a sua duração”, disse o departamento de saúde em uma publicação no X nesta segunda.
A Universidade Harvard não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da agência de notícias Reuters. A instituição sediada em Cambridge, Massachusetts, disse anteriormente que “não pode absorver todo o custo” dos subsídios congelados e que estava trabalhando com os pesquisadores para ajudá-los a encontrar financiamento alternativo. Ela também está processando o governo Trump por sua decisão de cortar os subsídios.
No início deste mês, a universidade encerrou um processo de alto nível movido por um estudante judeu ortodoxo que disse que Harvard estava ignorando o antissemitismo no campus.
O acordo foi feito quatro meses depois que Harvard prometeu proteções adicionais para os estudantes judeus, ao resolver duas ações judiciais que alegavam que a universidade era um foco de antissemitismo.
