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Universidade Columbia demite 180 após cortes de Trump – 06/05/2025 – Mundo

A Universidade Columbia afirmou, nesta terça-feira (6), que vai demitir dezenas de pesquisadores cujo trabalho era financiado por subsídios e contratos do governo dos Estados Unidos cancelados em março pela administração do Presidente Donald Trump, sob alegação de uma suposta omissão da instituição frente ao antissemitismo.

“Tivemos que fazer escolhas difíceis e, infelizmente, hoje, quase 180 de nossos colegas que estavam trabalhando, total ou parcialmente, em [projetos com] subsídios federais afetados, receberão avisos de não renovação ou rescisão”, disseram a reitora interina de Columbia e outros funcionários em uma carta aberta, citando uma tensão “intensa” nas finanças da universidade.

Columbia continuará tentando persuadir o governo a restaurar o financiamento, de acordo com a carta. A instituição não especificou quais departamentos perderiam pesquisadores e infraestrutura.

Os cortes vieram do que os líderes de Columbia disseram ser mais de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 28,5 bilhões) em subsídios para a universidade.

Em março, a administração Trump cancelou US$ 400 milhões (R$ 2,28 bilhões) em subsídios e contratos para Columbia e ameaçou reter bilhões mais devido ao que descreveu como assédio antissemita no campus da escola na cidade de Nova York.

As verbas representam 8% do valor que deve ser repassado à instituição pelo governo federal nos próximos anos e dizem respeito principalmente a contratos de prestação de serviço e financiamento a pesquisa.

A Universidade Columbia ganhou manchetes no mundo todo em 2024 quando se tornou um dos principais palcos de manifestações estudantis contra a guerra na Faixa de Gaza, a destruição e mortes causadas por Israel contra a população palestina na região e o apoio dos EUA ao aliado histórico no Oriente Médio.

Estudantes chegaram a montar barracas no campus para protestar contra a guerra e foram seguidos por alunos de outras instituições americanas e de países como Austrália, França, Reino Unido, Canadá e Brasil.

Em abril, a reitoria da universidade havia divulgado uma nota em que prometia que a instituição não permitiria que o governo federal “exigisse que abríssemos mão de nossa independência e autonomia”.

Claire Shipman, reitora interina de Columbia, declarou em março que a universidade “rejeitaria a orquestração pesada do governo que poderia prejudicar nossa instituição e minar reformas úteis”. Ela disse que qualquer acordo em que as autoridades federais ditassem “o que ensinamos, pesquisamos ou quem contratamos” seria inaceitável.

Columbia havia cedido a várias exigências da administração Trump em um esforço para recuperar os fundos. A escola prometeu reformar seu processo disciplinar, contratar agentes de segurança com poderes de prisão e nomear um funcionário com autoridade para supervisionar departamentos que oferecem cursos sobre o Oriente Médio.

A administração da universidade nova-iorquina autorizou a polícia a entrar no campus para desmontar os acampamentos e reprimir os protestos, uma decisão que encontrou eco na forma como a instituição lidou com protestos contra a Guerra do Vietnã nos anos 1960.

A pressão do governo Trump também veio na forma de ameaças contra os estudantes estrangeiros que estudam em universidades americanas. “Aqueles que apoiam organizações terroristas conhecidas, como o Hamas, ameaçam nossa segurança nacional”, disse o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. “Os EUA têm tolerância zero para visitantes estrangeiros que apoiam terroristas, e quem quebra a lei, incluindo estudantes internacionais, pode perder o visto e sofrer deportação.”

Nesta segunda, a administração Trump informou à Universidade Harvard que ela não receberia financiamento federal futuro até que a faculdade, a mais rica e antiga dos EUA, concordasse com as exigências do governo sobre como deveria abordar o antissemitismo no campus e outras questões.

Harvard acionou a administração Trump na Justiça para impedir o congelamento de bilhões de dólares em financiamento federal. Rejeitou uma lista de exigências da Casa Branca, dizendo que estas comprometeriam sua independência.

Uma pesquisa Reuters/Ipsos de abril descobriu que 57% dos entrevistados não achavam que o presidente deveria reter financiamento de universidades com as quais discordava. Entre os entrevistados republicanos, no entanto, a mesma porcentagem achava que ele deveria reter fundos dessas instituições.

Fonte: Folha de São Paulo

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