O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, negou nesta segunda-feira (21) ter usado um aplicativo de mensagens para compartilhar segredos militares de seu país com familiares e amigos.
O chefe do Pentágono teria divulgado detalhes sobre bombardeios dos EUA contra alvos houthis, no Iêmen, em um grupo no aplicativo Signal. A informação foi publicada pelo jornal americano The New York Times, que mencionou quatro pessoas com conhecimento do assunto.
Trata-se da segunda vez que aparecem relatos sobre o uso do app para compartilhar informações com pessoas não autorizadas por parte do alto escalão.
No mês passado, o editor-chefe da revista The Atlantic, Jeffrey Goldberg, contou que teve acesso a segredos militares dos EUA após ser incluído por engano em um grupo, na mesma plataforma, que reunia várias autoridades americanas, entre elas o próprio Hegseth.
“É isso que a mídia faz. Eles pegam fontes anônimas de ex-funcionários descontentes e depois tentam apunhalar e queimar as pessoas para arruinar suas reputações”, disse o secretário na Casa Branca. “Comigo isso não vai funcionar”, completou.
Parlamentares democratas pedem a demissão de Hegseth, ex-estrela da Fox News e veterano da Guarda Nacional, que não tem experiência na política.
“O secretário de Defesa de Trump, Pete Hegseth, já vazou duas vezes planos militares confidenciais, desta vez por meio de um chat não seguro no Signal. Ele é um desastre ambulante para a segurança nacional e precisa renunciar ou ser demitido”, afirmou o deputado Jim McGovern.
“O nosso Exército e o nosso país merecem líderes sérios. Se ele realmente se importasse com a instituição que lidera, deveria ter hombridade, reconhecer que é uma distração para a missão militar e renunciar”, declararam os senadores Mark Warner, Andy Kim e Elissa Slotkin.
O presidente Donald Trump afirmou também nesta segunda que o secretário está fazendo um excelente trabalho e chamou as reportagens sobre o tema de “fake news”.
Um procurador do Pentágono está investigando o uso do Signal por parte de Hegseth. De acordo com o The New York Times, o secretário compartilhou em um grupo no aplicativo horários de voo dos caças que deveriam participar de um ataque contra os rebeldes houthis do Iêmen.
Estavam no canal a esposa do secretário de Defesa, o seu irmão, um de seus advogados e vários outros integrantes de seu circulo íntimo.
A esposa de Hegseth, Jennifer, não é funcionária do Departamento de Defesa, mas viajou com o secretário para o exterior e foi criticada por acompanhá-lo em reuniões com líderes estrangeiros consideradas sensíveis.
Já o irmão e advogado de Hegseth têm empregos no Pentágono, mas não há motivo aparente para que eles tivessem acesso aos segredos.
