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HomeMundoQuem Donald Trump ameaçou processar como presidente? - 20/01/2025 - Mundo

Quem Donald Trump ameaçou processar como presidente? – 20/01/2025 – Mundo

Donald Trump prometeu investigar ou processar rivais políticos, ex-oficiais de inteligência, ex-chefe militar do país, promotores e juízes, magnatas da tecnologia, membros do Congresso e americanos de esquerda depois de se tornar presidente nesta segunda-feira (20).

Durante sua campanha, Trump pediu investigações sobre a vice-presidente Kamala Harris, o presidente Joe Biden, o ex-presidente Barack Obama e Liz Cheney, ex-representante dos EUA que é uma das republicanas mais proeminentes a se voltar contra Trump.

Em um comício em setembro do ano passado na Pensilvânia, Trump disse que Kamala, sua oponente democrata na eleição de novembro, era responsável pela “maior história de crime de nosso tempo”, referindo-se a travessias ilegais na fronteira, que ocorreram tanto em seu primeiro mandato quanto no governo Biden. “Ela deveria ser impugnada e processada por suas ações”, disse Trump.

Trump também compartilhou postagens em sua plataforma de mídia Truth Social pedindo tribunais militares para julgar Liz Cheney e Obama.

Desde que venceu a eleição de 5 de novembro, Trump tem sido menos explícito sobre ir atrás de seus inimigos notórios. Em uma entrevista ao programa “Meet the Press” da NBC que foi ao ar em 8 de dezembro de 2024, ele foi questionado se quer ver investigações de seus inimigos políticos.

Trump disse primeiro ao entrevistador “Não, eu não acho”, mas depois acrescentou: “Se eles foram desonestos, se fizeram algo errado, se quebraram a lei, provavelmente. Eles foram atrás de mim.” Ele pareceu recuar na ideia de investigar Biden.

Durante sua primeira candidatura à Casa Branca em 2016, Trump frequentemente pedia que sua oponente democrata, Hillary Clinton, fosse processada. Ele disse em uma entrevista de rádio em outubro que, uma vez eleito, no entanto, garantiu que ela não fosse processada, porque “pareceria terrível”.

Trump guarda rancor contra ex-oficiais de inteligência que estiveram envolvidos na investigação sobre supostos laços entre sua primeira campanha presidencial e a Rússia. Um relatório de 2019 não estabeleceu que membros da equipe de campanha de Trump em 2016 conspiraram com a Rússia para interferir na eleição presidencial daquele ano.

Trump ainda critica o que chama de “farsa da Rússia” e chamou de corruptos ex-altos funcionários de inteligência que estiveram envolvidos na investigação.

John Brennan e James Clapper, ex-diretores da CIA e de inteligência nacional, respectivamente, foram alvos de críticas de Trump, que em janeiro de 2023, em sua plataforma Truth Social, sugeriu julgamentos por traição após a desmentida conspiração com a Rússia.

Trump também criticou James Comey, ex-diretor do FBI, e Andrew McCabe, seu ex-vice, chamando-os de corruptos e sugerindo investigações contra eles. Em junho, Trump citou Steve Bannon, afirmando que McCabe deveria se preocupar caso Trump retornasse à Casa Branca.

Adam Schiff, democrata e ex-presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes, eleito para o Senado dos EUA, frequentemente afirmou durante o primeiro mandato de Trump que sua campanha havia conspirado com a Rússia. Em janeiro de 2023, o republicano escreveu: “Schiff é um canalha e traidor, e deve ser processado pelo dano que causou ao nosso país!”

Trump afirmou que o general Mark Milley deveria ser julgado por traição e sugeriu sua execução, após revelações de que o militar fez chamadas secretas com um general chinês para garantir que o então presidente não atacaria a China no fim de seu mandato.

Trump também alertou o dono da Meta, Mark Zuckerberg, e o Google sobre o que ele afirma ser uma possível interferência eleitoral em suas plataformas tecnológicas.

Trump acusou a Meta de suprimir conteúdo que teria prejudicado Biden na eleição de 2020 e criticou as doações de Zuckerberg para fortalecer a infraestrutura eleitoral.

“Estamos observando-o de perto, e se ele fizer algo ilegal desta vez, ele passará o resto de sua vida na prisão”, escreveu Trump em seu livro de mesa de café recentemente publicado “Save America” (salve os Estados Unidos, em tradução livre), de acordo com análises da mídia do livro.

Zuckerberg não respondeu publicamente à ameaça de Trump, mas disse que a reação dele à tentativa de assassinato em 13 de julho foi “uma das coisas mais incríveis que já vi em minha vida”.

Em novembro do ano passado, Zuckerberg visitou Trump em sua casa em Mar-a-Lago, na Flórida. O Meta doou US$ 1 milhão (R$ 6 milhões) para o fundo inaugural de Trump.

Trump também ameaçou instruir o Departamento de Justiça a investigar criminalmente o Google por “apenas revelar e exibir histórias ruins sobre Donald J. Trump”, de acordo com uma postagem no Truth Social em setembro.

“Vou solicitar a sua acusação, nos níveis máximos, quando eu vencer a eleição”, escreveu Trump. Ele não forneceu evidências para sua afirmação sobre o Google.

O Google doou US$ 1 milhão para o fundo inaugural de Trump neste mês.

Trump e seus aliados pediram a acusação, demissão ou prisão de promotores que o desafiam ou o investigaram.

Em uma entrevista à Time em abril, Trump disse que se os procuradores dos EUA se recusassem a cumprir ordens para processar alguém, ele estaria aberto a demiti-los. “Dependeria da situação”, disse ele.

Trump repetidamente pediu a acusação do promotor do distrito de Manhattan, Alvin Bragg, que o processou com sucesso em 2024 por acusações criminais relacionadas a um pagamento de dinheiro para silenciar uma estrela pornô. “O promotor deveria ser acusado”, disse Trump a repórteres em maio.

Trump evitou qualquer punição quando foi condenado em conexão com sua condenação em 10 de janeiro.

Trump pediu a acusação de Letitia James, procuradora-geral de Nova York, que processou ele e sua empresa por fraude, resultando em uma multa de US$ 454 milhões (R$ 2,7 bilhões). Em novembro de 2023, ele disse que ela e o juiz Engoron deveriam ser sancionados e acusados por má conduta, e em um comício, pediu que fossem presos e punidos.

Após protestos pró-palestinos em campi universitários em todo os EUA no ano passado, Trump disse à Fox News em julho que qualquer pessoa que profanar a bandeira americana deve receber uma sentença de um ano de prisão. “Agora, as pessoas dirão: ‘Ah, é inconstitucional’. São pessoas estúpidas que dizem isso”, disse Trump, acrescentando que quer trabalhar com o Congresso para permitir as sentenças de prisão.

Trump também disse que prenderia “bandidos pró-Hamas” que se envolvem em vandalismo, uma aparente referência aos manifestantes estudantis universitários.

Fonte: Folha de São Paulo

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