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Breton renuncia e questiona governança de von der Leyen – 16/09/2024 – Mundo

O comissário da Comissão Europeia para assuntos internos da França, Thierry Breton, renunciou abruptamente ao cargo nesta segunda-feira (16) e foi substituído pelo ministro das Relações Exteriores Stephane Sejourne como candidato de seu país para o próximo corpo executivo da União Europeia, uma reviravolta inesperada na altamente política transição de poder da organização.

Breton anunciou sua demissão em um comunicado, enquanto a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen —a quem ele acusou de “governança questionável”— se prepara para anunciar esta semana quem fará parte de sua nova equipe de cinco anos.

O francês disse que Von der Leyen havia estimulado a França a substituí-lo.

Enquanto a França nomeava Sejourne, um aliado próximo e ex-parlamentar da UE, como seu novo candidato, o escritório do presidente francês, Emmanuel Macron, deixou claro que ele estava disputando um cargo-chave centrado na soberania industrial e na competitividade europeia.

Breton, um dos membros mais proeminentes da Comissão Europeia nos últimos cinco anos, é mais conhecido por confrontar publicamente o bilionário da tecnologia Elon Musk e desempenhar um papel fundamental na formulação da regulamentação das big techs da UE de 27 nações, na resposta à vacina da Covid e nos esforços para impulsionar as indústrias de defesa.

Em sua carta de renúncia, Breton afirmou que Von der Leyen, com quem se desentendeu, havia pedido à França “há alguns dias” para retirar seu nome como escolha da Comissão “por motivos pessoais” em troca de um “supostamente cargo mais influente”.

“Diante desses últimos acontecimentos —mais um testemunho de governança questionável— tenho que concluir que não posso mais exercer minhas funções no Colégio”, disse Breton na carta.

A Reuters não conseguiu verificar a alegação. O escritório de Von der Leyen se recusou a comentar as críticas de Breton e sua renúncia. Um porta-voz da Comissão disse que a presidente da Comissão ainda esperava poder apresentar a nova equipe proposta da Comissão nesta terça-feira (17).

CARGOS-CHAVE

A mudança também pode ser vista como uma disputa de poder entre os dois maiores pesos-pesados da União Europeia —país de origem de Von der Leyen, a Alemanha, e a França— sobre quem estabelece as diretrizes no bloco, especialmente em um momento em que Macron está fragilizado politicamente em seu país, após perder as eleições parlamentares nacionais e europeias.

Como segundo maior estado membro da UE, a França está de olho em um cargo importante na reorganização de cargos-chave nas instituições do bloco que segue as eleições do Parlamento Europeu de junho.

“O presidente da República sempre defendeu a obtenção para a França de um cargo-chave de Comissário Europeu, focado nas questões de soberania industrial, tecnológica e competitividade europeia”, disse o escritório de Macron em um comunicado.

Sejourne, que liderou a chapa de seu partido nas eleições da UE em 2019, manteve um perfil bastante discreto no ministério das Relações Exteriores da França, que ele liderava desde janeiro, e onde seguiu e defendeu a linha de Macron.

Breton, ex-ministro francês e executivo de negócios, foi comissário da indústria e mercado interno da UE durante o primeiro mandato de Von der Leyen. Ele apoiou o setor de telecomunicações na busca por big techs para ajudar a financiar a implantação de 5G e banda larga de alta velocidade em toda a Europa.

Sua relação havia se deteriorado nos últimos meses. O comissário francês, um liberal, havia irritado Von der Leyen ao criticar publicamente sua nomeação como candidata do partido conservador EPP europeu para chefiar a Comissão por um segundo mandato, disseram autoridades da UE.

Fonte: Folha de São Paulo

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