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melhores estados ainda estão longe do ideal no aprendizado

O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram, nesta quarta-feira, 14 de agosto, os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (ldeb) 2023. O índice é tratado pelo governo brasileiro como um indicador essencial para medir a qualidade da educação do país. Pelos resultados do Ideb 2023 é possível identificar que mesmo os estados mais bem colocados no ranking ainda estão longe do melhor aprendizado em Português e Matemática.

As duas disciplinas entram na conta do Ideb por meio do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), junto ao índice de aprovação nas escolas das redes pública e privada. E são as escolas privadas as mais bem colocadas nos rankings estaduais do Saeb, nas três etapas avaliadas no Ideb: anos iniciais do Ensino Fundamental (do 1º ao 5º ano), anos finais do Ensino Fundamental (do 6º ao 9º ano) e Ensino Médio.

As escolas particulares do estado de Minas Gerais tiveram as melhores avaliações em relação à Matemática, nas três etapas avaliadas pelo Ideb. Entre as redes públicas, o Paraná é o mais bem colocado nesta disciplina no Ensino Fundamental, enquanto Goiás lidera no Ensino Médio.

De acordo com as diretrizes do Saeb, a melhor nota da rede particular mineira, no Ensino Médio, está no nível 5 de uma escala que vai de 1 a 10. A melhor nota entre as redes públicas, obtida por Goiás, está no limite do nível 3 da mesma escala.

Veja a classificação dos cinco melhores estados quanto ao aprendizado em Matemática

Anos iniciais do Ensino Fundamental

Rede privada

  • Minas Gerais: 272,69 pontos (nível 6/10 no Saeb)
  • Santa Catarina: 272,66 pontos (nível 6/10 no Saeb)
  • Distrito Federal: 267,04 pontos (nível 6/10 no Saeb)
  • Paraná: 266,66 pontos (nível 6/10 no Saeb)
  • Espírito Santo: 266,16 pontos (nível 6/10 no Saeb)

Rede pública

  • Paraná: 239,94 pontos (nível 5/10 no Saeb)
  • Ceará: 232,33 pontos (nível 5/10 no Saeb)
  • Santa Catarina: 230,46 pontos (nível 5/10 no Saeb)
  • São Paulo: 229,81 pontos (nível 5/10 no Saeb)
  • Goiás: 226,78 (nível 5/10 no Saeb)

Anos finais do Ensino Fundamental

Rede privada

  • Minas Gerais: 312,84 pontos (nível 5/9 no Saeb)
  • Santa Catarina: 311,96 pontos (nível 5/9 no Saeb)
  • Espírito Santo: 310,81 pontos (nível 5/9 no Saeb)
  • Rio Grande do Sul: 302,80 pontos (nível 5/9 no Saeb)
  • Piauí: 299,77 pontos (nível 4/9 no Saeb)

Rede pública

  • Paraná: 264,66 pontos (nível 3/9 no Saeb)
  • Goiás: 264,06 pontos (nível 3/9 no Saeb)
  • Ceará: 262,30 pontos (nível 3/9 no Saeb)
  • Santa Catarina: 261,64 pontos (nível 3/9 no Saeb)
  • Espírito Santo: 258,86 pontos (nível 3/9 no Saeb)

Ensino Médio

Rede privada

  • Minas Gerais: 345,11 pontos (nível 5/10 no Saeb)
  • Distrito Federal: 330,93 pontos (nível 5/10 no Saeb)
  • Santa Catarina: 329,57 pontos (nível 5/10 no Saeb)
  • Piauí: 327,39 pontos (nível 5/10 no Saeb)
  • Mato Grosso do Sul: 327,35 pontos (nível 5/10 no Saeb)

Rede pública

  • Goiás: 280,06 pontos (nível 3/10 no Saeb)
  • Espírito Santo: 279,91 pontos (nível 3/10 no Saeb)
  • Paraná: 278,04 pontos (nível 3/10 no Saeb)
  • Pernambuco: 274,10 pontos (nível 2/10 no Saeb)
  • Ceará: 265,61 pontos (nível 2/10 no Saeb)

Veja a classificação dos cinco melhores estados quanto ao aprendizado em Língua Portuguesa

O mesmo comportamento se repete quando é avaliado o aprendizado em Língua Portuguesa, com as escolas da rede privada à frente daquelas da rede pública em todo o país. Neste quesito, a distância entre o que foi avaliado pelo Ideb e o nível de excelência esperado pelo Saeb diminui. Mas essa aproximação entre o apurado e o ideal se restringe à rede de escolas particulares, com as escolas públicas ainda distantes dos melhores resultados.

Anos iniciais do Ensino Fundamental

Rede privada

  • Santa Catarina: 257,87 pontos (nível 6/9 no Saeb)
  • Minas Gerais: 256,24 pontos (nível 6/9 no Saeb)
  • Distrito Federal: 253,50 pontos (nível 6/9 no Saeb)
  • Paraná: 251,42 pontos (nível 6/9 no Saeb)
  • Espírito Santo: 251,35 pontos (nível 6/9 no Saeb)

Rede pública

  • Paraná: 225,91 pontos (nível 5/9 no Saeb)
  • Ceará: 224,95 pontos (nível 4/9 no Saeb)
  • Santa Catarina: 220,20 pontos (nível 4/9 no Saeb)
  • Distrito Federal: 217,57 pontos (nível 4/9 no Saeb)
  • Goiás: 217,37 pontos (nível 4/9 no Saeb)

Anos finais do Ensino Fundamental

Rede privada

  • Minas Gerais: 300,77 pontos (nível 5/8 no Saeb)
  • Espírito Santo: 299,38 pontos (nível 4/8 no Saeb)
  • Santa Catarina: 298,36 pontos (nível 4/8 no Saeb)
  • Acre: 297,91 pontos (nível 4/8 no Saeb)
  • Rio Grande do Sul: 295,36 pontos (nível 4/8 no Saeb)

Rede pública

  • Ceará: 262,30 pontos (nível 3/8 no Saeb)
  • Goiás: 264,06 pontos (nível 3/8 no Saeb)
  • Paraná: 264,66 pontos (nível 3/8 no Saeb)
  • Santa Catarina: 261,64 pontos (nível 3/8 no Saeb)
  • Espírito Santo: 258,86 pontos (nível 3/8 no Saeb)

Ensino Médio

Rede privada

  • Minas Gerais: 323,17 pontos (nível 4/8 no Saeb)
  • Piauí: 322,68 pontos (nível 4/8 no Saeb)
  • Santa Catarina: 321,87 pontos (nível 4/8 no Saeb)
  • Tocantins: 320,13 pontos (nível 4/8 no Saeb)
  • São Paulo: 318,84 pontos (nível 4/8 no Saeb)

Rede pública

  • Paraná: 284,82 pontos (nível 3/8 no Saeb)
  • Goiás: 284,54 pontos (nível 3/8 no Saeb)
  • Espírito Santo: 282,72 pontos (nível 3/8 no Saeb)
  • Rio Grande do Sul: 281,07 pontos (nível 3/8 no Saeb)
  • Pernambuco: 276,93 pontos (nível 3/8 no Saeb)

Ministério destaca melhora no aprendizado e alerta para crescimento nas taxas de aprovação nas escolas

Mesmo com os resultados indicando um longo caminho a ser percorrido, os dados do Ideb mostram que entre 2021 e 2023 96% dos estados (26) melhoraram o desempenho nos anos iniciais; 59% (16 estados) nos anos finais; e 65% (17 estados) no ensino médio.

“O Ideb funciona como um norte para as tomadas de decisões na educação básica, determinando o que deve ser melhorado no ensino e garantindo que a construção dos programas e das iniciativas seja feita de forma a assegurar o atendimento das necessidades da população”, disse o ministro da Educação Camilo Santana.

A pandemia, avaliou o ministério, foi outro fator de impacto direto nos resultados do Ideb. Um exemplo é o crescimento abrupto das taxas de aprovação da rede pública entre 2020 e 2021, quando comparadas ao período pré-pandemia, em 2019. Para a pasta, este aumento significativo, que influenciou no aumento das notas do Ideb, está provavelmente relacionado a ajustes nos critérios de aprovação das escolas.

Uma ressalva feita pelo ministério é de que esse aumento nas aprovações escolares não necessariamente está associado a um aumento médio no aprendizado de crianças e adolescentes. Por isso, o peso destas aprovações pode não assegurar uma efetiva melhora no desempenho do sistema educacional.

Fonte: Gazeta do Povo

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