O governo trabalhista do Reino Unido afirmou, nesta quinta-feira (25), que deportou 46 pessoas para o Vietnã e o Timor Leste, depois de o primeiro-ministro, Keir Starmer, suspender o projeto da gestão anterior, do conservador Rishi Sunak, de enviar imigrantes para Ruanda, na África.
A ministra do Interior, Yvette Cooper, indicou esta semana que iria usar a estrutura destinada ao projeto conservador para expulsar quem estivesse em situação ilegal na Grã-Bretanha.
De acordo com o governo, no grupo enviado aos dois países havia “criminosos estrangeiros e infratores de imigração” condenados no Reino Unido.
O avião, que decolou na quarta-feira (24), é o primeiro que sai do Reino Unido com deportados para Timor-Leste. No caso do Vietnã, isso não ocorria desde 2022.
“O voo demonstra que o governo está tomando ações rápidas e decisivas para tornar nossas fronteiras seguras e devolver os que não têm direito de estar aqui aos seus países de origem”, disse Cooper.
A operação, segundo o governo, começou no mesmo dia em que um grupo britânico de contrabandistas de pessoas, incluindo um irmão e uma irmã, foram condenador por tentarem esconder dois imigrantes vietnamitas em um compartimento oculto de sua van, em 2020.
Um dia após assumir o poder com uma vitória esmagadora, Starmer disse que “o esquema de Ruanda estava morto e enterrado antes mesmo de começar”. Durante a campanha, ele já havia anunciado a intenção de não implementar o plano.
Em abril, o Parlamento britânico havia aprovado uma lei que permitia enviar para o país africano migrantes que chegaram de maneira irregular em seu território. Sunak tentou realizar as expulsões para frear a chegada contínua de migrantes em pequenas embarcações pelo Canal da Mancha, que separa o litoral da Inglaterra do da França, mas o processo não avançou.
A ministra Cooper também criticou esta semana o enorme custo do projeto de Ruanda, estimado em £ 700 milhões (R$ 5 bilhões) ao contribuinte britânico.