Não é incomum alguém me mandar aquela mensagem clássica:
“Tô pensando em abrir um negócio de tal coisa. Por onde começo?”
E, olha… minha resposta quase sempre gera um silêncio constrangedor — às vezes, até uma certa decepção. Porque ela é simples. Simples até demais: as pessoas realmente precisam disso? E mais: por que escolheriam a sua empresa e não a concorrência?
A pergunta parece óbvia. Mas será que é mesmo?
Abrir um negócio não é só sobre paixão
Muita gente acredita que empreender é seguir uma paixão ou então embarcar numa tendência. Outras se encantam com a promessa de liberdade, sucesso e reconhecimento.
Mas começar um negócio não é (somente) sobre o que você ama fazer. Nem sobre fazer o que “dá mais dinheiro”. É, antes de tudo, sobre resolver um problema real. Sobre gerar valor de verdade. É ter um motivo claro — e legítimo — para existir.
Se você não consegue dizer, com todas as letras, por que sua empresa deve ocupar espaço no mundo… talvez ela nem devesse existir. E tudo bem perceber isso agora, antes de investir todas as suas economias.
Antes do marketing, vem o propósito
O posicionamento da sua marca — aquele que gruda na mente e no coração do cliente — não começa com o design, nem com a campanha de lançamento. Ele nasce de uma pergunta fundamental: por que você faz o que faz?
Sim, estamos falando do tal propósito. Aquela palavrinha que já virou clichê de coach. Mas, goste ou não, é ele quem vai guiar todas as suas decisões: os produtos que você lança, a forma como se comunica, as pessoas que contrata, o jeito como atende e, principalmente, quem você escolhe atender.
Porque, sim: seu produto ou serviço não é — e não deve ser — para todo mundo. Eu já falei sobre isso aqui. E ter clareza sobre isso poupa você de muita frustração lá na frente.
As 3 perguntas que você deveria responder
Então, antes de pensar em nome, logo, vitrine, localização, CNPJ ou identidade visual, faça uma pausa e reflita com honestidade sobre três perguntas essenciais:
- Do que as pessoas realmente precisam? Não basta você amar o que faz. Isso precisa ter utilidade para alguém além de você.
- Como você vai se diferenciar? Se o que você oferece já existe, o que torna sua proposta especial?
- Para quem você quer vender? Ter clareza sobre quem é o seu cliente ideal vai muito além de definir idade, gênero ou localização. É fundamental entender os valores, interesses, estilo de vida e comportamentos de consumo dessas pessoas — e, principalmente, como tudo isso se conecta com o que você oferece.
O “como” vem depois. E vem com mais força quando você entende o “porquê”.
Agora me conte aqui: que problema você quer resolver com o seu negócio?